terça-feira, 8 de janeiro de 2013

DESCOBRINDO A ORENTAÇÃO DA MINHA FACHADA

Sendo o ângulo indicado de 80 graus
Conforme aprendemos em aula, segue abaixo a orientação da minha fachada.










Assim, para essa fachada, o Azimute é de 200 graus e o Rumo é de 80 graus.

SÍNTESE COMENTADA

Bom, depois de um Natal e Reveillon de muitas alegrias voltamos às atividades letivas e cá estou eu para atualizar o blog.
Há muito tempo atras foi-nos solicitada uma síntese comentada do Capitulo 3 do livro Manual de Conforto Térmico, de Frota e Schiffer. Segue abaixo:


RESENHA DO CAPÍTULO 3 DO LIVRO Manual de Conforto Térmico, de Frota e Schiffer

3.1 Noções de clima:
Quando se fala em “Elementos climáticos da arquitetura”, destaca-se a importância de tratar de fatores como clima, tempo e ventos na construção arquitetônica afim de alcançar maior conforto de quem usufrua dela.
O conforto térmico da edificação é mais evidente quando “a oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa, a quantidade de radiação solar incidente, o grau de nebulosidade do céu, a predominância de época e o sentido dos ventos e índices pluviométricos” são sentidos de maneira que não alterem o bem estar de quem está na edificação.
Devido à grande diferença entre as localizações dos mais diversos lugares no planeta Terra, as questões de conforto térmico serão tratadas diferentemente, mas com o mesmo intuito. Diferenças essas que são percebidas devido à variedade de altitudes, hemisférios, latitude, longitude.....
“A radiação solar é uma energia eletromagnética, de onda curta, que atinge a Terra após ser parcialmente absorvida pela atmosfera”. Isso pode ser facilmente percebido e sentido nos locais de diferentes latitudes, a qual é responsável por maior ou menor incidência solar.
Lembrando que a Longitude varia da 0º a 180º para o leste e para o oeste, levando em consideração o Meridiano de Greenwich. E a Latitude varia de 0º a 90º para norte a para sul partindo da Linha do Equador. Este último é o que determina o “grau” de incidência solar no ambiente, sendo ela mais intensa ou amena, podendo-se dizer até inexistente em certas épocas do ano.
Não sendo o eixo de rotação da Terra perpendicular ao Plano da Eclíptica, os Trópicos de Câncer e Capricórnio recebem, em diferentes épocas do ano, incidências solares perpendiculares a si em diferentes épocas do ano (perpendicular ao T. Capricórnio no verão do hemisfério Sul e perpendicular ao T. Câncer no verão no Hemisfério Norte – solstícios de verão e inverno). Essa inclinação em relação ao Meridiano de Greenwich é de 23,5º.
Já quando se fala em equinócio significa que os raios solares estão incidindo igualmente nos hemisférios Norte e Sul, porem, com angulações e intensidades diferentes nas mais diversas latitudes.
“Pode-se então afirmar que quanto maior for a latitude de um local, menor será a quantidade de radiação solar recebida e, portanto, as temperaturas do ar tenderão a ser menos elevadas”.
Um fator importante é a Continentalidade. Devido à diferença de calor específico (definido como sendo a quantidade de energia necessária para elevar de um grau [Celsius] a temperatura de uma unidade de massa) entre a terra e a água, lugares litorâneos são mais amenos, termicamente. As brisas mar/terra e terra/mar são exemplos de eventos que reduzem sensação de desconforto devido ao grande calor, principalmente em áreas intertropicais, como o Brasil por exemplo.
A Topografia do terreno deve ser levado em consideração à partir do momento em que pode receber, com mais ou menos intensidade, raios solares nas diferentes épocas do ano. A mesma pode tornar-se uma barreira tanto de ventilação quanto de iluminação.
Quando se fala em revestimento de solo deve-se tomar bastante cuidado à partir do momento em que não haverá correção em nenhum outro fator de interferência no conforto térmico que amenize essa situação. É importante lembrar que, quanto menos úmido ele for, maior será sua elevação de temperatura durante o dia, tornando a estadia de quem estiver nele desconfortável.
A umidade atmosférica interfere no ambiente à medida que, com a variação da temperatura, ela torna-se mais ou menos agradável. Por exemplo: se há diminuição de temperatura, todo o ar contido naquele local irá saturar e alcançará o ponto de orvalho. Esse resfriamento, quando ocorre de maneira rápida, e quando há grande quantidade de água na atmosfera acaba gerando a precipitação atmosférica (chuva). A nebulosidade pode contribuir bastante para esse evento, já que haverá dificuldade de penetração dos raios solares na atmosfera.
A chamada Força de Coriolis é a maior responsável pelos ventos em nosso Planeta. Se não fosse por ela, só haveria ventos dos Polos para o Equador. Além dela, fatores como “distribuição sazonal das pressões atmosféricas” são atuantes na presença mais ou menos acentuada dos ventos, já que, com a diferença de pressão, há diferença de temperatura e consequentemente haverá presença de ventos.

3.2 Adequação da arquitetura aos climas:
Atualmente existem vários sistemas de representação, são eles: e Koppen, Atkinsons, Thornthwaite, Mahoney, etc.
Nos grandes centros urbanos pode haver variações ao longo de um dia ou a longo prazo. Isso ocorre devido à grande aglomeração de edificações (principalmente verticais) que impedem a passagem de ventos e/ou luz solar em determinados horários. Esses e outros fatores acabam gerando o que se conhece por “Ilhas de Calor”. Esse fenômeno provoca o mal estar dos que convivem no local e pode ser ainda mais intensificado com o revestimento (indevido) do solo.
Nas áreas centrais das cidades isso é ainda mais percebido. A grande quantidade de edifícios e movimentação de veículos acaba tornando o ar “pesado” e desagradável para os que ali se encontram. A grande quantidade de partículas solidas em suspensão aumentam as possibilidades de chuva nesses locais.
Falando em umidade do ar, tem-se um fator determinante para se “pensar” arquitetura. Em locais com clima seco, suas temperaturas extremas são acentuadas. Ora muito frio, ora muito quente. Os desertos são um bom exemplo disso. Em síntese, “quanto mais úmido estiver o ar, maior será a quantidade de água em suspensão. Essas partículas, além de se aquecerem pela radiação solar que recebem, também funcionam, de dia, como uma barreira da radiação solar que atinge o solo e, à noite, ao calor dissipado pelo solo”.
“As diferenças quanto à umidade relativa do ar vão requerer partidos arquitetônicos distintos em função da consequente variação da temperatura diária, a qual, basicamente, definirá as vantagens ou não da ventilação interna”.
Quando se trata de um clima quente e seco deve-se ater-se a alguns elementos que antes foram tratados como prioridade na construção de edificações como o vento por exemplo. Nesses locais há muita poeira em suspensão, assim, as edificações devem ser protegidas. Pequenas aberturas são algumas das soluções encontradas para tal.
As ruas que de orientam como Leste/Oeste devem ser largas, já que o Sol não incidirá diretamente nas fachadas, tornando o ambiente mais ameno nessas edificações. Em contrapartida, as ruas Norte/Sul devem ser estreitas. Quando se fala nessa orientação, sabe-se que o Sol incidirá diretamente nas fachadas; de um lado essa incidência será na primeira metade do dia e do outro no resto do dia. Assim, quanto mais estreitas forem essas ruas, ambos os lados irão se proteger dessa incidência direta.
Já quando se fala em clima úmido as medidas devem ser bem diferentes das de clima seco. A ventilação é elemento relevante nesses locais; de preferência a ventilação cruzada. Assim, a presença de grandes aberturas é fundamental para que isso ocorra. As edificações e vegetação devem estar em sintonia para que não aja formação de barreiras de ventos; mas sim, de incidência solar direta.
A vegetação tem fundamental importância em ambos os climas quando se fala em pedestre. É preciso que aja um ambiente agradável para circulação deles. Não apenas vegetação mas também “marquises, toldos, projeções dos andares acima do térreo, etc”, podem ser utilizados para tal. Não só a proteção “por cima” deve ser pensada, mas a proteção do solo também. Materiais que absorvem muito calor devem ser evitados, principalmente em climas úmidos, pois no período da noite haverá muita dissipação de energia.
Cores mais claras devem ser utilizadas nas edificações de climas quentes. Haverá menos absorção de calor e maior conforto interno.
Em síntese, o grande desafio é pensar em arquitetura para climas temperados, em que há todas as estações bem definidas. Nesse caso, deve-se pensar em medidas que equilibrem tudo que foi falado anteriormente para que se tenha um ambiente confortável termicamente durante todo o ano.
O que foi apresentado foi uma pequena síntese sobre o conforto térmico. É preciso entender que há muito mais do que isso. Complexidade é a palavra. O que resta aos arquitetos é tentar utilizar de todo o conhecimento e criatividade para fazer uma arquitetura inovadora e agradável a todos.